terça-feira, 3 de maio de 2016

Adoração

Myrtes Matias Voltar no tempo e no espaço, viver na Galiléia, rever, cena por cena, a vida de um Deus. Acompanhar a estrela para presenciar o estranho Milagre de Deus aprisionando Sua onipotência num corpo de Criança. Acompanhar este “Senhor de quanto existe” fugindo para a terra da servidão. Vê-lO, bem mais tarde, levantar do vício e do crime o publicano e a meretriz. Ouvir a voz suave: “Vinde e aprendei de Mim, que sou manso e humilde...” Manso e humilde... Tão humilde que se ajoelha no Getsêmane para chorar a degradação da própria imagem. Tão manso que caminha para o Gólgota, sob a cruz, sem uma queixa. Emudecer de espanto ao ver este Deus-sem-lugar ser suspenso entre o céu e a terra, que não teve um berço para nascer, “uma pedra para reclinar a cabeça”, maldito sobre uma cruz. Ouvir este Deus, coberto de dor e vergonha, prometer o paraíso e oferecer perdão. Perdão... Seu evangelho, Seu ensino, Sua última palavra até que o “Tudo está consumado” alcançasse o céu e as trevas cobrissem a terra. Caminhar até o sepulcro e encontrá-lo vazio. Deixar Jerusalém e subir ao monte para ver abrirem-se os céus e cair de joelhos. Porque todos os joelhos se curvam, todos os lábios se calam, para ouvir em prece: “Este JESUS há de voltar um dia...”

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