terça-feira, 3 de maio de 2016

Judas

Judas Diocleciano Cavalcanti E Judas entrando alucinado e louco, contempla, horrorizado do seu crime infame, o povo, a quem há pouco vendera o grande Mestre, e entregara seu nome, por 30 moedas traidoras e diz: ‘Eis que vos trago o infernal dinheiro... Foi um crime de horror que em chamas me consome. Era inocente, justo, nada fez, eu sei’. E atira sobre o chão, desesperado como um cão maldito, o preço criminal da negra traição, e sai precipitado quase a desvairar-se... Ao longe contemplando as margens do Jordão onde JESUS pregara, exclama: ‘Traí! Ele Era tão bom, tão manso e caridoso. Ele que tinha somente nos lábios divinais a compaixão de um grande coração. Um vil, um traidor, um renegado eu sou! Porque viver tão mal ... tão criminoso? Só a morte será justiça para mim’. E coberto de remorso meditou: ‘Como me lembro ainda... Ele, JESUS, era tão bom, eu vi; A todos atendia e nunca condenou a quem perdão em súplicas pedia. Curava os cegos, levantava os mortos, e até os próprios inimigos perdoou. Ele JESUS era a bondade imensa’. E de repente perpassa-lhe na mente, do meigo nazareno, a cândida figura, sorvendo sobre a cruz o cálice da amargura. Era o remorso do seu crime horrendo, pois em visão, chegava-lhe JESUS, de lado trespassado trazendo-lhe perdão. E doido, desvairado, exclama: ‘Não! Não posso merecer de DEUS a compaixão. Meu crime é sem igual!’ E subindo veloz num galho de figueira, um laço preparou; E de olhos fitos na amplidão distante, o monstro se enforcou. E do Calvário além, pregado em uma cruz, Pendia ensanguentado o corpo de JESUS.

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